asas incrédulas
pela várzea das letras
assombrosas libélulas
e foscas borboletas
sob o lodo
a decomposição de palavras
como em um caldo de todo
poema de antigas lavras
asas
em torno às taboas
e acima das casas
e como fantasmas
em torno às lagoas
entre montes e versos
todo o vale resiste intacto
feito de sonhos dispersos
num limbo como num pacto
no lusco fusco
eterno e tempo à parte
inexiste algum risco
de sonho ser arte
a girar pelos ares
sobre as asas concretas
inexistem aos milhares
inexistem os poetas.
"ler não passa de uma lenda... p.leminski"
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